Introdução
O biomédico é capaz de interagir e trabalhar em conjunto com os demais profissionais da área da saúde com competência, para a promoção da saúde e prevenção de doenças. Ele está apto a realizar os ensaios diagnósticos, a interpretação, a análise crítica dos resultados e a gestão dos serviços laboratoriais, sempre orientados pela conduta ética e pelos interesses da sociedade brasileira.
Devido à sua versatilidade, o biomédico é um profissional requisitado na bioindústria, tal como a de produção de soros, vacinas, reagentes etc. Pode ser representante de empresas de equipamentos médicos e de pesquisa, bem como de empresas farmacêuticas. Também pode trabalhar no comércio, assumindo a responsabilidade técnica de empresas que comercializam insumos e equipamentos médico-laboratoriais.
O biomédico pode ocupar-se em laboratórios de análises clínicas, de citopatologia, imagem, medicina nuclear, biologia molecular, dentre outros. Pode trabalhar com estética, acupuntura e para o governo, no saneamento básico e na perícia criminal. Portanto ao estudante é permitido diversas possibilidades de carreira na biomedicina. Então, vamos conhecê-las?
Habilitações do Biomédico
Uma das principais características da Biomedicina é sua versatilidade. O graduado em Biomedicina pode atuar nas mais diversas áreas da saúde. Assim, é preciso que ele conheça todas as habilitações possíveis e as formas pelas quais ele pode obtê-las.
Quadro 2.1 — Habilitações biomédicas
Fonte: Adaptado de CRBM-1 (2021).
Descrição: o quadro apresenta doze linhas e três colunas. No topo do quadro, lê-se: o título “Habilitações do biomédico”. Na coluna um, linha um, lê-se:: “1 — Patologia clínica (Análises clínicas)”; coluna um, linha dois, lê-se: “2 — Microbiologia de alimentos”; na coluna um, linha três, lê-se: “3 — Microbiologia”; na coluna um, linha quatro lê-se: “4 — Imunologia”, na coluna um, linha cinco, lê-se: “5 — Hematologia”, na coluna um, linha seis, lê-se: "6 — Bioquímica; na coluna um, linha sete, lê-se: “7 — Banco de sangue”, na coluna um, linha oito, lê-se: “8 — docência e pesquisa em: biofísica; virologia; fisiologia; histologia humana; patologia; embriologia; e psicobiologia”; na coluna um, linha nove, lê-se: “9 — saúde pública”; na coluna um, linha onze, lê-se: “10 — imagenologia”. Na coluna dois, linha dois, lê-se: “11 — Embriologia e reprodução humana”; na coluna dois, linha três, lê-se: “12 — Análises bromatológicas”; na coluna dois, linha quatro, lê-se: “13 — Parasitologia”; na coluna dois, linha cinco, lê-se: “14 — Citologia oncótica”; na coluna 2, linha seis, lê-se: "15 — Análise ambiental"; na coluna dois, linha sete, lê-se: “16 — Acupuntura”; na coluna, dois, linha oito, lê-se: “17 — Genética”; na coluna 2, linha nove, lê-se: “18 — Práticas integrativas e complementares em saúde”; na coluna dois, linha dez, lê-se: “19 — Biologia molecular”. Na coluna três, linha dois, lê-se: “21 — informática de saúde”; na coluna três, linha três, lê-se: “22 — Histotecnologia clínica”; na coluna três, linha quatro, lê-se: “23 — Toxicologia”, na coluna três, linha cinco, lê-se: “24 — Sanitarista”; na coluna três, linha seis, lê-se: "25 — Auditorial"; na coluna três, linha sete, lê-se: “26 — perfusão extracorpórea"; na coluna três, linha oito, lê-se: “27 — Biomedicina estética”; na coluna três, linha nove, lê-se: “28 — Monitoramento neurofisiológico transoperatório”; na coluna três, linha dez, lê-se: “19 — Biologia molecular”; na coluna três, linha onze, lê-se: “30 — Radiologia”; na coluna três, linha doze, lê-se: “31 — Fisiologia do esporte e da prática do exercício físico”.
A área na qual o estudante sairá habilitado da graduação dependerá do estágio supervisionado realizado. A maioria das graduações oferece estágio em análises clínicas, mas nada impede que o aluno consiga fazer seu estágio em outras áreas, como imagenologia, pesquisa, citologia, dentre outras. O aluno pode realizar mais de um estágio supervisionado e sair com mais habilitações, porém esse estágio tem que ter carga horária mínima de 500 horas ou ser correspondente a 20% da carga horária total do curso (CNE; CES, 2003).
Se durante a graduação o aluno não conseguir a habilitação na área em que deseja, fazer uma pós-graduação poderá ser a solução. Atualmente, há diversas instituições de ensino em pós-graduação que ofertam cursos específicos para biomédicos. O recém-graduado deve analisar o corpo docente da instituição e o oferecimento de estágio, de modo a se tornar um especialista. Segundo os conselhos de Biomedicina, o profissional poderá incluir a nova habilitação após concluir curso de pós-graduação (Lato e/ou Stricto sensu), desde que este seja realizado em Instituições de Ensino Superior reconhecidas pelo MEC e com carga horária mínima de 360 horas (CRBM-1, 2021).
A residência biomédica é outra forma de especialização, sendo ofertada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação. Há dois tipos de residência: uniprofissional e multiprofissional. Para fazer uma residência, é preciso que o graduado se inscreva e passe na prova de seleção. O programa de residência é de dedicação exclusiva, com bolsa de estudos (duração de 24 meses) e com carga horária total de 5.760 horas, sendo 80% voltadas para a prática em serviço (4.608 horas) e 20% teórico-práticas (1.152 horas).
FIQUE POR DENTRO
Residência biomédica
O graduado em biomedicina pode realizar uma residência para obter a habilitação que deseja, que pode ser tanto uniprofissional, ofertada apenas para uma graduação, ou seja, ofertada apenas para biomédicos, quanto multiprofissional, na qual profissionais de áreas diversas, como farmacêuticos, enfermeiros, dentre outros, também podem participar. Existe uma residência exclusiva para biomédicos, a Residência em Biomedicina no Diagnóstico por Imagem, oferecida pelo Hospital Sírio-Libanês.
Fique por dentro, acesse:
https://iep.hospitalsiriolibanes.org.br/programa-de-residencia/biomedicina-em-diagnostico-por-imagem
Fonte: Elaborado pela autora
Outra forma de conseguir habilitação é por meio da prova de título de especialista em biomedicina. Essa prova é oferecida periodicamente pela Associação Brasileira de Biomedicina (ABBIOM). Os pré-requisitos são (ABBIOM, 2022, p.1) :
● ser graduado em Biomedicina no mínimo há três anos;
● estar atuando na área em que se deseja obter o título de especialista no mínimo há 3 anos ininterruptos;
● ter inscrição definitiva no conselho de Biomedicina e estar em dia com as obrigações junto ao conselho.
Os critérios para obtenção da especialidade pela ABBIOM são: análise curricular; avaliação de conhecimentos teóricos e práticos; e entrevista. O Conselho Federal de Biomedicina não estipula limites para a quantidade de habilitações que um único biomédico pode ter. Assim, caso cumpra todas as exigências, o profissional pode ter várias habilitações.